Começamos o encontro com um
aquecimento físico seguido por um trabalho com escalas corporais. O
nosso querido amigo Welerson fez uma verificação dos seus fundamentos de treino
e recordou-se de outros modos de execução de algumas das escalas (como o
deslocamento lateral do quadril e do corpo inteiro, que chamamos de "Torre
Eifel") do treinamento. O próprio aquecimento foi bem legal e dirigido em
grupo. Considero importante que esse tipo de aquecimento se dê dessa forma. Assim
todos interagem melhor e a concentração fica maior, além de podermos observar o
outro e ver como o colega esta desenvolvendo tais posturas.
Após o aquecimento em grupo
começamos a trabalhar alguns princípios práticos/teóricos da mímica, como ponto
fixo e o princípio de equivalência (treinamento em que se passa a
ilusão de uma ação em que se implica uma força. Quanto mais força, mais
decupagem e uso do corpo são exigidos). Tudo partiu do andar parado, onde se
trabalha o sentido e ilusão de movimento de um corpo andando; o balanceamento e
equilíbrio do corpo e transferência disto, se pensando nos vetores de força e
contra força nos traz a ilusão. O macetinho (como diz o Welerson) do andar parado pra mim foi o de sempre se
estabilizar em um ritmo, e acho que a musica ajuda bastante, pois no encontro
passado o ritmo do reggae que usamos como fundo para o trabalhao nos
ajudou muito no estudo de como sentir isso no corpo.
Fizemos também as ações de puxar
e empurrar caixas. O principio de equivalência se mostrou uma ferramenta muito
interessante e bastante lógica. Se combate força com força, e assim se cria a
ilusão; e também foi muito bem lembrado pelo colega welerson que se baseia na segunda
lei de Newton. Logo após treinamos a ação de esquiar, e também deslocamento
lateral, sendo a técnica do esquiar bem parecida com as outras
mencionadas; o deslocamento lateral é mais uma técnica em que se consiste a
troca de apoios pelo pé criando a impressão de estar parado, mesmo se
deslocando de lado... haja coordenação motora!
Depois disso tudo fomos para o
telão fazer testes e experimentos. Começamos experimentando o desequilíbrio,
onde o corpo era levado ao extremo do equilíbrio dando a sensação de iminência
de queda, tudo isto consegui observar em algumas posições que os colegas
faziam. Percebi algo importante, quanto mais lento e duradouro os movimentos
mais fortes e expressivos eles ficam!
Logo em seguida Welerson mandou
que fossemos ao telão, eu e Valéria, para simularmos o caminhar. Foi
muito grande o impacto. Em alguns momentos, dava pra se acreditar que era
alguém andando em direção a tela. Quando foi a vez do Welerson fiquei muito
impressionado assim que o professor Mario deixou apenas metade superior do
welerson iluminado, foi incrível! (vídeo) Ainda mais quando passamos de fonte
fixa para móvel, tudo parecia tão grande e dava até a sensação de estarmos
vendo algum filme, de tão real que pareceu.
Após isso tudo improvisamos uma
interação com sombra usando um objeto próximo ao foco que projeta uma sombra de um obstáculo
no telão. O participante deveria interagir: pulando, empurrando ou escorando.
Pessoalmente a parte de puxar ou empurrar é bastante difícil por causa da dificuldade de equivaler as forças pra simular algo.
Acredito que o segredo está em controlar o peso. Mas é isso, inicio de
treinamento e primeira vez... espero que nas outras vezes consiga fazer melhor.
No final tivemos uma conversa a
respeito da primeira parte da dissertação de mestrado do Emerson Nascimento (NASCIMENTO, 2011) em que se apontam alguns princípios do teatro de sombras, juntamtne com uma abordagem histórica e abordava historicamente
algumas questões a cerca do teatro de sombra no mundo. Pessoalmente, prefiro o texto da Fabiana Lazzari (2011) porque ela vai mais pra um lado que eu adimiro
muito. A técnica e experiência que ela percorreu passou por testes dos quais
estou intrigado na minha escrita de monografia e foi de grande ajuda na
compreensão de definições que acabamos acumulando sobre as técnicas e pilares
do teatro de sombra.
Neste encontro compareceram:
Mario Piragibe, Valéria Gianechini, Victor Rodrigues e Welerson Filho.
Este encontro marcou também um avanço no aspecto técnico do trabalho, pois foi a primeira vez que trabalhamos com o foco luminoso produzido por uma lanterna Super LED com potência de 1500 W. Já vínhamos desde finais de 2011 lidando com lanternas feitas com a mesma tecnologia, mas com potência de 120W, a nova lanterna produz mais luminosidade, maior amplitude de área iluminada, e disto decorre também maior definição na sombra projetada. Trata-se de uma fonte luminosa potente, móvel e produtora de pouco calor, facilitando o manuseio e a sua movimentação durante o trabalho. A lanterna em questão foi adquirida online num site chamado Lanternas Importadas.
Esta postagem foi escrita por Victor Rodrigues com contribuições de Mario Piragibe